
(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – O São Paulo entrou em campo contra o Botafogo com 11 jogadores. Pode parecer uma obviedade, mas não tem sido assim nas últimas partidas, você sabe disso.
A presença de Matheus Alves no meio de campo, ainda que sem brilho, devolveu ao time o mínimo de equilíbrio. Povoou o setor mais importante do campo, fechou espaços e permitiu que jogássemos de igual para igual nos primeiros minutos. Resultado? Saímos na frente, tomamos o empate, voltamos a marcar e fomos para o intervalo vencendo por 2 a 1. Nada espetacular, mas com o jogo sob controle.
No segundo tempo, o panorama se manteve. O Botafogo era pressionado pela própria torcida, que chamava o técnico de burro. O adversário não criava, e tudo indicava que o São Paulo caminharia para uma vitória importante. Até o momento em que o treinador resolveu intervir.
Quando o Matheus Alves saiu e entrou o Luciano, o time simplesmente desmoronou. Dez segundos depois, o Botafogo já finalizava com perigo. Rafael teve que operar defesas incríveis para evitar o empate — e depois, a virada.
A partir da substituição, o São Paulo se perdeu completamente em campo; quem viu o jogo sabe disso. Virou presa fácil. E tudo isso por uma escolha que não tem justificativa técnica: a necessidade quase afetiva de colocar o Luciano em campo a qualquer custo.
O problema não é só o Luciano, é verdade. É a insistência em adaptar o time a ele, e não o contrário. Quando joga no meio, ele trava a transição, recebe de costas, toca para trás, atrasa o jogo. Não finaliza, não arma e, pior, desestrutura o que já estava funcionando. Ele não apenas deixa de contribuir: atrapalha. Eu já falei várias vezes dele AQUI no blog e sobre como desisti de ter esperança nele.
E o que dizer da postura de time pequeno que passou a adotar o São Paulo? Sai na frente, recua, se retranca, cede espaço. Dá a bola para o adversário e torce para que Rafael segure o resultado. Quando tem a chance de controlar, prefere se apequenar. É isso que nos tornamos: um time que não sabe sustentar uma vitória nem contra adversários em crise.
É claro que o empate só não foi pior por um milagre — e, dessa vez, nem foi o de Rafael. Foi o árbitro voltar atrás no pênalti absurdo marcado contra o São Paulo. Sim, foi imprudência do Alan Franco, sim, foi um contato desnecessário, mas o jogador do Botafogo claramente valorizou o lance.
E ainda assim, eu duvidava que o VAR fosse a nosso favor. Não me lembro de outra ocasião em que isso tenha acontecido. Mas, para manter o equilíbrio, o juiz compensou anulando o terceiro gol, um lance no qual Ferreira não interfere em absolutamente nada da jogada. O padrão da arbitragem brasileira foi mantido: fraca, insegura e confusa.
A verdade é uma só: o São Paulo não perdeu esse jogo por sorte. E só não perdeu porque o goleiro foi herói mais uma vez. Mas, ao contrário do que andam dizendo, a culpa não é da torcida. Não somos nós que escalamos mal. Não somos nós que fazemos substituições erradas. O problema está no banco de reservas — e em quem o colocou ali.
O treinador do São Paulo hoje age como técnico de time pequeno. Refém de jogador, sem comando, sem leitura de jogo, sem coragem. E pior: protegido por uma diretoria amadora, que parece não entender a grandeza do clube que administra. Belmonte, Zubeldía, Casares… nomes que representam a decadência da gestão futebolística no Morumbi.
É o quarto empate seguido, gente.. Quatro jogos com cara de derrota. Em partidas que poderiam — e deveriam — ter sido vencidas. Se o São Paulo tivesse postura de time grande. Se tivesse comando. Se tivesse liderança. Mas não tem.
Hoje, a camisa 10 e a faixa de capitão estão nas mãos de um jogador que não decide e que ocupa o meio-campo sem função tática. Isso diz muito sobre onde estamos. E sobre para onde vamos, se nada mudar.
Enquanto a gente não tiver um técnico com pulso, que escale com critério e sem bajulação, e uma diretoria que entenda minimamente de futebol, vai ser difícil até permanecer na primeira divisão. Título? Esquece. Libertadores? Sonho distante. A realidade hoje é dura, e quem acompanha o clube com honestidade já entendeu isso.
O São Paulo precisa de um choque de comando. Urgente. Precisa de um treinador que pense futebol e pare de agradar jogador. Precisa de um diretor que entenda o que é gerir um departamento de futebol. E de um presidente que defenda o clube e cobre resultados.
O torcedor, esse sim, tem feito a sua parte. Tem comparecido, tem apoiado, tem cobrado. O que falta está dentro do clube. A mediocridade virou rotina. E, se continuar assim, nem a história do São Paulo vai sustentar esse elenco no Brasileirão.
Quatro jogos. Quatro empates. E nenhuma perspectiva real de melhora. Que venha o próximo jogo. E que a esperança resista. E mais: São Paulo 1×1 Cruzeiro – O desprazer virou rotina. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo)