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Por Rafael Andrade Jardim

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Superbet: mais do que uma ‘simples’ renovação

Foto: SPFC, divulgação

(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – A possível renovação do contrato de patrocínio do São Paulo com a Superbet tem sido um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e nos grupos do São Paulo. Ainda não é nada oficial, mas já gerou interesse em nossa torcida.

Sinceramente, vejo isso com bons olhos. Pelo que se sabe até agora, a negociação ainda não está assinada, mas um executivo da empresa já adiantou que o acordo deve se estender até 2030.

Oficialmente, o clube ainda não confirmou nada, o que é compreensível, mas o simples fato de essa renovação estar em pauta já traz algumas reflexões importantes.

Para começar, é um alívio pensar que, pelos próximos anos, o São Paulo não terá sua camisa parecendo um outdoor ambulante, trocando de patrocinador como quem troca de roupa. É bizarro ver clubes estampando marcas diferentes a cada temporada ou, pior, fazendo aqueles patrocínios pontuais que duram um único jogo.

Isso desvaloriza a identidade do time, a história da camisa. Então, saber que a Superbet pretende manter sua marca no uniforme até o centenário do clube traz um pouco de estabilidade nesse sentido.

Mas não dá para ignorar o lado financeiro. Hoje, o São Paulo recebe cerca de R$ 52 milhões anuais da Superbet, o mesmo valor que o Fluminense. Parece muito? Pois bem, na realidade do futebol brasileiro, não é. Basta olhar para os rivais diretos.

O Flamengo lidera o ranking dos maiores patrocínios do país, recebendo R$ 115 milhões da Pixbet. O Corinthians vem logo atrás, com R$ 103 milhões da Esportes da Sorte. O Palmeiras, terceiro da lista, fecha com R$ 100 milhões da Sportingbet. Ou seja, todos eles arrecadam praticamente o dobro do que o São Paulo.

Isso precisa mudar. O São Paulo não pode aceitar um contrato de longo prazo que o mantenha nesse patamar de arrecadação. Não faz sentido, por exemplo, que um Vasco ou um Atlético Mineiro consigam cifras mais expressivas enquanto o Tricolor se contenta com menos.

Se o clube realmente deseja competir financeiramente com seus principais adversários, precisa brigar por um valor na casa dos R$ 80 milhões anuais, pelo menos. Caso contrário, o impacto a longo prazo será inevitável.

Essa discrepância financeira já está moldando o futebol brasileiro. Não é coincidência que Flamengo e Palmeiras tenham dominado as principais competições nos últimos anos. Quando um clube arrecada quase o dobro do que outro em patrocínio, cota de TV e marketing, a diferença se reflete diretamente dentro de campo.

O Palmeiras, por exemplo, já ultrapassou R$ 1 bilhão de faturamento anual, superando até o Flamengo. Se essa tendência continuar, em uma década o futebol brasileiro pode virar um duelo particular entre esses dois, com os demais clubes apenas correndo por fora.

É por isso que essa renovação do São Paulo precisa ser muito bem calculada. Não basta apenas garantir um contrato de longo prazo; é essencial que os valores sejam condizentes com a grandeza do clube.

Se o Flamengo, Corinthians e Palmeiras já estão na casa dos R$ 100 milhões e provavelmente renovarão seus contratos para cifras ainda maiores até 2030, o São Paulo não pode ficar estacionado. Um acordo que hoje parece bom pode se tornar uma grande desvantagem no futuro.

O presidente Casares, que tem um histórico no marketing, sabe disso (ele foi diretor deste setor na Record, se você não sabia). A questão é: ele conseguirá negociar um valor à altura do São Paulo? Se o clube fechar um contrato de cinco anos recebendo R$ 60 milhões anuais, por exemplo, terá garantido uma estabilidade financeira, mas continuará distante dos seus principais concorrentes. E, com o tempo, essa diferença só aumentará.

O anúncio oficial da renovação ainda não veio, mas quando sair, será fundamental olhar além dos números imediatos. Não adianta fechar um contrato que apenas pareça bom no curto prazo se, na prática, deixar o São Paulo em desvantagem a longo prazo. No fim das contas, essa negociação não é só sobre um patrocínio; é sobre o futuro do clube e sua capacidade de competir no mais alto nível.

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