Por Rafael Jardim (editor Mundo SPFC) – A eliminação da Libertadores ainda pesa, como uma sombra que paira sobre nós, tricolores. Toda vez que isso acontece, aquela sensação amarga se instala e, sinceramente, parece que a gente perde até o ânimo de seguir acompanhando o time. Quem aqui, depois de mais uma queda em competição importante, não pensou em dar um tempo de tudo? Até porque, o clássico contra o Corinthians está logo ali, e parece que o time também não vem com aquela força que empolga. A ansiedade se transforma em preocupação.
Mas, a verdade é que o Brasileirão não para. E, como falei no último vídeo, ainda há esperanças. A vaga na Libertadores, seja direta ou via pré-Libertadores, é um caminho possível. Além disso, há a possibilidade de mais vagas se abrirem com os vencedores das outras competições. Só que, mesmo com chances, a gente fica naquela impressão de que o tetra ainda está muito distante. São 20 anos de espera, e às vezes parece que essa fila vai durar ainda mais. O clube não parece estar no rumo certo.
Agora, para piorar o cenário para o clássico, vem a notícia da lesão do Michel Araújo. Ele não é exatamente o jogador que mais brilha em campo, mas não deixa de ser uma perda. E isso nos faz refletir sobre as contratações do São Paulo, um ciclo sem fim que parece não nos levar a lugar nenhum. Como falei no vídeo, o clube contrata, gasta caro, o jogador não rende, e a solução é ir ao mercado de novo. A gente se empolga, sim, mas a realidade costuma nos dar um choque logo depois. O caso do Jamal Lewis é emblemático: veio da Premier League, mas até agora, só banco. E isso se repete.
A questão aqui é que, com 800 milhões de dívidas, o São Paulo não tem margem para erros nas contratações. Não dá para trazer jogador “na esperança” de que vai dar certo. O dinheiro é contado, e cada contratação precisa ser cirúrgica, precisa render, precisa dar resultado. A gente paga caro, mas o retorno em campo é cada vez mais raro. É um ciclo vicioso que mantém o clube nessa espiral de mediocridade.
No meio desse caos, surge a carta do Rodrigo Nestor. Um garoto que já viveu o céu e o inferno no São Paulo em um curto período. Ele foi herói na Copa do Brasil e, agora, vilão com o pênalti perdido na Libertadores. E a torcida não perdoa. Eu, sinceramente, acho que ele está na média, como tantos outros. Não é justo crucificar o Nestor sem cobrar a mesma intensidade de outros jogadores que também não estão rendendo. Mas, a gente sabe como é o torcedor. A pressão é enorme, principalmente sobre aqueles que vêm da base.
E falando em pressão, chega a vez do Zubeldía. As críticas começam a surgir, e eu até entendo. Faltam variações táticas, as substituições deixam a desejar, e, no fim, o resultado é o mesmo de tantos outros que já passaram pelo Morumbi. Mas, também precisamos ser justos: o elenco que ele tem à disposição não é dos melhores. Trocar peça por peça não resolve quando o banco não oferece opções de qualidade.
No entanto, o problema vai além do técnico. Desde a primeira passagem do Rogério Ceni, trocamos de treinador incontáveis vezes, e os resultados continuam a não aparecer. Será que a culpa é sempre do treinador? Ou será que o problema é mais profundo? A gente precisa parar de achar que a troca constante de comando vai resolver todos os problemas. O buraco é muito mais embaixo.
No fim das contas, o São Paulo precisa se reencontrar. Precisamos de planejamento, de contratações acertadas e, acima de tudo, de paciência para reconstruir o clube. A espera pelo tetra pode estar longe de acabar, mas o caminho para voltar ao topo passa por decisões assertivas e, claro, apoio da torcida. Porque, no fim, somos todos tricolores, esperando o dia em que o nosso São Paulo vai, finalmente, voltar a ser gigante. E mais: É hora do SPFC recomeçar, no campeonato e como clube. Clique AQUI para ver. (Foto: São Paulo FC)
