
(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – A situação do volante Luan no São Paulo Futebol Clube é, no mínimo, intrigante. Formado nas categorias de base do Tricolor, sempre vi no jogador alguém que demonstrou comprometimento e paixão pelo clube.
No entanto, apesar dessa dedicação, ele se encontra afastado do elenco principal por decisão técnica, treinando separadamente no CT da Barra Funda. Sendo que o jogador possui contrato com o clube até dezembro de 2026.
Não sou jogador de futebol, mas imagino que, depois de lesões graves, essa deva ser a pior situação para um atleta.
E é paradoxal observar que o São Paulo, em diversas ocasiões, ofereceu tantas e tantas oportunidades a jogadores que não demonstraram o mesmo nível de comprometimento ou identificação com o clube.
Atletas fora de forma, desinteressados e sem vínculo afetivo com o clube receberam chances reiteradas. Entretanto, para Luan, um jogador “prata da casa”, a porta parece estar fechada.
A decisão de afastar Luan não encontra respaldo em questões disciplinares ou de desempenho. Pelo contrário, sua trajetória no clube é marcada por momentos decisivos e contribuições significativas.
Um exemplo emblemático é o gol marcado na final do Campeonato Paulista de 2021 contra o Palmeiras, que abriu caminho para a conquista do título e encerrou um jejum de títulos do São Paulo. Talvez hoje isso não valha tanto assim, mas naquela fase terrível do clube, foi essencial.
Além disso, na temporada passada, Luan foi emprestado ao Vitória e teve uma passagem significativa, participando de 27 partidas. Ou seja, sua atuação no clube baiano evidencia que ele mantém a forma física e técnica necessárias para contribuir efetivamente dentro de campo. E detalhe: jogou com Carpini, demitido do SPFC.
E o mais incrível disso tudo é que a decisão é de uma comissão técnica que todos sabemos que vai cair, mais cedo ou mais tarde.
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Nesse contexto, qual a legitimidade de decisões que impactam negativamente jogadores comprometidos e identificados com o clube, como é o caso de Luan. Qual a postura da diretoria diante disso?
A situação torna-se ainda mais alarmante quando consideramos que o São Paulo recentemente perdeu dois volantes titulares de uma só vez. Alisson e Pablo Maia estão fora e, na melhor das hipóteses, devem voltar a atuar juntos só no segundo semestre.
E mesmo diante dessa carência no meio-campo, a diretoria opta por não reintegrar Luan ao elenco principal, preferindo buscar soluções externas.
Jogadores como Santilongo e Marcos Antônio foram contratados a custos elevados, porém não corresponderam às expectativas em termos de desempenho. O que não é nenhuma surpresa, ao menos para mim.
Além disso, há interesse na repatriação de Thiago Mendes, um volante que retorna da Europa e que provavelmente custará caro aos cofres do clube, mas que também não deixou saudades ao sair.
A diretoria, sob a liderança de Julio Casares e Carlos Belmonte, ignora o potencial e a dedicação de jogadores como Luan, preferindo investir em atletas sem vínculo com o clube e com retornos questionáveis em campo.
Essa postura não apenas desmotiva os jogadores da base, mas também afeta negativamente a identidade e a cultura do São Paulo Futebol Clube. Não é à toa uma dívida impagável de R$ 800 milhões quase que pesa nas costas da instituição.
Diante de todos esses pontos, a reintegração imediata de Luan ao elenco principal não é apenas uma questão técnica, mas também moral e estratégica.
Valorizar os talentos formados no clube, que demonstram comprometimento e qualidade, é fundamental para o fortalecimento da equipe e para a construção de um futuro promissor. Negligenciar jogadores como Luan é abrir mão de ativos valiosos e enfraquecer a essência do Tricolor.
Portanto, é urgente e justo que a diretoria e a comissão técnica reconsiderem sua posição e promovam a reintegração de Luan. Sua presença em campo não só reforçará o meio-campo do clube, como também corrigirá uma das grandes injustiças recentes do clube.
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