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(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – Fala, Tricolor! Um domingo à noite feliz após alguns resultados irritantes. Pois é, depois de cinco jogos sem ganhar – uma marca que não víamos desde 1997, o que é quase uma vergonha para um clube do nosso tamanho –, finalmente veio um resultado positivo.
E olha que não foi só o placar que me deixou um pouco mais animado. Teve coisa boa em campo, mas também um balde de água fria que a gente precisa discutir. Nada é 100% fácil ao são-paulinos.
Primeiro, a má notícia, porque eu gosto de tirar o peso das costas logo: a lesão do Pablo Maia. Cara, que tristeza! E mais uma vez em seguida de uma contusão do Alisson, como foi ano passado.
O moleque estava voltando de um período longo parado, já tinha se recuperado, estava confiante, dando entrevista feliz da vida, e aí acontece aquilo.
Quando ele saiu chorando, e eu já sabia que não era coisa simples. Até agora, enquanto escrevo, não temos notícias oficiais – os exames devem sair hoje, dia 24 –, mas eu torço com todas as forças pra não ser nada grave. Pablo é o cara que segura o meio-campo, aquele volante que marca de verdade, e perdê-lo agora seria um golpe duro.
Mas vamos ao jogo, porque nem tudo foi desespero. O São Paulo entrou com um esquema de três zagueiros – Arboleda, Ferraresi e Sabino –, com Cedrick na ala direita e Wendel na esquerda, e eu confesso: gostei do que vi. Confesso que sou meio saudosista em relação ao sistema com três zagueiros. Coisa de quem viu muitos títulos com esse sistema. Eu até brinco que os 3 zagueiros deveria estar no estatuto do clube.
Tá, não é que o time virou o Barcelona da noite para o dia, mas ficou mais sólido. Sabe aquele buraco no meio-campo que a gente vê todo jogo, com o adversário criando umas 20 chances? Dessa vez, não teve. O Novorizontino mal ameaçou. O Rafael praticamente tirou um cochilo em campo – a única defesa que ele fez foi numa jogada impedida, então nem conta.
E o que você achou desse esquema? Eu senti o time mais seguro na defesa, embora tenha faltado um pouco mais de gente no ataque. Às vezes, parecia que o André Silva e o Lucas tavam sozinhos contra uma muralha de quatro defensores do Novorizontino.
Mas, olha, quando a bola chegou, eles resolveram. André Silva abriu o placar – e olha que ele perdeu um gol feito no começo, daqueles que até eu, com minha mira torta, faria.
Depois, o Lucas deu um showzinho no primeiro tempo, participando de jogadas importantes, mesmo cansando na etapa final. Contei algumas arrancadas. E o Arboleda fechou a conta com um gol de cabeça.
O Cedrick entrou e fez o básico – marcou, não entregou a bola de graça e ainda deu um susto com um pênalti bobo no segundo tempo. Pênalti, aliás, que eu achei que foi, sem clubismo.
O Novorizontino descontou aí, mas não teve força pra mais nada. Do outro lado, o Wendel, que não jogava desde setembro, mostrou que tem potencial. Deu um passe açucarado que o Wellington, em 20 anos de clube, nunca sonhou em dar. Será que finalmente temos laterais decentes?
O Zubeldía mexeu no time no fim, colocando Luciano e Calleri – esse último eu acho que vai acabar perdendo o lugar pro André Silva, pelo menos por alguns jogos.
No geral, o São Paulo controlou o jogo, fez o que precisava e saiu com os três pontos. Não é pra soltar fogos e gritar “campeão!”, mas dá pra respirar um pouco depois de tanta pressão.
E agora vem o mata-mata contra o mesmo Novorizontino, dessa vez no Morumbi – ainda bem, porque uma viagem de 450 km pra Novo Horizonte ia ser um castigo pra esse elenco que já tá capengando desde a pré-temporada.
Ano passado, eles nos eliminaram em casa, com o Morumbi lotado, então não dá pra vacilar. Ontem eu achava o Novorizontino favorito, mas depois desse jogo, com esse esquema tático e essas peças funcionando, acho que o confronto tá equilibrado. O que você acha? Três zagueiros de novo ou volta para o quarteto na linha defensiva?
Eu já dei minha opinião. Não sei o que acontece com esse sistema, mas no São Paulo, ele funciona.
No fim das contas, foi uma vitória pra nos tirar do fundo do poço e acender uma faísca de esperança. Ninguém comprometeu, alguns surpreenderam – como o Cedrick e o Wendel –, e o time pareceu mais organizado.
Agora é outro campeonato, e precisamos no mínimo chegar a uma semifinal. Chega de cair nas quartas pra Água Santa ou Novorizontino, né?
Resumindo: foi bom; não apaga as más atuações até aqui; dá esperança para as próximas partidas. Nada mais, nada menos do que isso. Seguimos!
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