(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – Eu gostaria de falar hoje sobre a última rodada do Paulistão, vamos preciso voltar a uma novela que parece não ter fim: Luciano jogando como (suposto) meia.
Desde que chegou ao São Paulo FC, nosso (suposto) camisa 10 mostrou faro de gol. Com 88 gols marcados pelo Tricolor, ele se tornou o quarto maior artilheiro do clube no século XXI. Às vezes eu até me surpreendo com essa quantidade, tantas foram as vezes que eu reclamei do Luciano.
Mas essa insistência do atacante de ficar distante da área, atuando como meia-armador, tem tem gerado debates acalorados nas arquibancadas e nas redes sociais. E não é de hoje.
Nas redes sociais, muitos torcedores expressaram insatisfação com essa escolha tática, apontando que o time joga com um a menos quando Luciano é escalado no meio.
Historicamente, Luciano sempre se destacou como atacante. Antes de vestir a camisa tricolor, ele balançou as redes por clubes como Corinthians, Leganés e Grêmio. No São Paulo, sua média de gols é notável, e é evidente que, se atuasse mais próximo da área, esses números seriam ainda mais expressivos.
A teimosia em mantê-lo fora de sua posição de origem não só prejudica o jogador, mas também o desempenho coletivo da equipe.
Vou explicar: ao afastá-lo da área, perdemos uma referência ofensiva importante que compromete não apenas o desemprenho individual dele, mas o time inteiro.
Com o elenco atual, uma formação clássica no 4-4-2 poderia ser a solução. Imaginemos Calleri como centroavante fixo, segurando os zagueiros adversários, e Luciano como segundo atacante, flutuando próximo à área, aproveitando sua habilidade para finalizar e criar oportunidades. No meio, ‘meias de verdade’, com Oscar e Lucas.
Essa coisa básica poderia resgatar a eficiência ofensiva que tanto sentimos falta. Além disso, manter Luciano distante da área facilita a marcação sobre Calleri, que frequentemente se vê isolado entre os defensores adversários.
Você já deve ter reparado quantas vezes viu nosso camisa 9 caindo pelos lados, fugindo dos marcadores. É a solução que encontrou para sair do meio de dois zagueiros.
A torcida está cansada dessa polêmica. Eu estou cansado dessa polêmica. E acho que até o elenco está cansado disso.
Cada jogo em que Luciano é escalado como meia gera frustração e questionamentos. Essa insistência não só afeta o moral do jogador, que já desabafou sobre as críticas recebidas, como também impede o time de encontrar um padrão de jogo eficiente.
Em entrevista recente, Luciano expressou seu descontentamento com as críticas e a necessidade constante de provar seu valor, indicando que a posição em campo pode estar afetando seu desempenho.
Se a ideia é jogar com apenas um atacante, seria fundamental contar com pontas abertas que alarguem o campo e criem oportunidades. No entanto, ao posicionar Luciano no meio, perdemos essa dinâmica, tornando o ataque previsível e mais fácil de ser neutralizado pelos adversários.
A ausência de jogadores de velocidade pelos flancos sobrecarrega o meio-campo e limita as opções ofensivas.
Luciano tem a chance de marcar seu nome na história do São Paulo FC de forma ainda mais significativa. Para isso, é crucial que ele retome sua posição natural no ataque, onde sua presença é mais impactante.
Ao longo de sua carreira, a teimosia em adaptá-lo a outras funções já o impediu de alcançar números mais expressivos e de se firmar como ídolo em outros clubes. No São Paulo, ele tem a oportunidade de reescrever essa história no momento em que resolver fazer aquilo que se propôs na carreira.
Chegou o momento de uma decisão: Luciano quer ser lembrado como um goleador decisivo ou como um meia apagado? A resposta parece óbvia. Cabe à comissão técnica reconhecer isso e posicioná-lo onde ele pode render mais. A torcida clama por essa mudança, e o time, certamente, agradecerá.
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