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Análise: Palmeiras 0 x 0 São Paulo

(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – O São Paulo entrou em campo no Allianz Parque com uma única missão: não perder. E conseguiu. Mas será que era só isso que dava para fazer? A sensação que fica é de frustração, porque o time teve em mãos a chance de sair com um resultado muito melhor. O Palmeiras não vive seu melhor momento, esteve longe de ser avassalador, e o São Paulo simplesmente não tentou vencer.

Nos primeiros 20 minutos já dava para perceber que, se o Tricolor tivesse uma postura mais agressiva, poderia ter vencido. Não era questão de peças, mas de atitude. O São Paulo tinha jogadores como Lucas e Oscar no banco, mas, acima de tudo, tinha um time retraído, sem ambição. A estratégia era segurar o Palmeiras, e isso incomoda.

O empate, isoladamente, não é um mau resultado. Mas comemorar um 0 a 0 como se fosse um título é um retrocesso. O que se viu no final do jogo foi exatamente isso: jogadores comemorando o empate como se tivessem acabado de levantar uma taça. Essa mentalidade pequena, de celebrar o fato de “segurar” o Palmeiras, é inaceitável para um time da grandeza do São Paulo. Isso é pensamento de time pequeno, de quem vê um empate fora de casa como um grande feito. O São Paulo não pode se permitir isso.

A escolha de Zubeldía em deixar Lucas e Oscar no banco é só mais um reflexo de um planejamento equivocado. O time titular foi usado contra adversários muito inferiores, como Inter de Limeira e Velo Clube, e quando chegou o clássico, os jogadores estavam no limite físico. Oscar, por exemplo, foi o atleta que mais jogou nos últimos três jogos. O técnico montou um esquema defensivo, com três zagueiros e um meio-campo que praticamente não existiu. Entrou para não perder, e só.

O São Paulo não chutou ao gol no primeiro tempo. O Palmeiras, que não jogou bem, também teve dificuldades, mas a diferença é que o Tricolor nem tentou. O jogo foi fraco, sem emoção, com um festival de passes errados. A impressão era de que os jogadores estavam esperando o tempo passar. Rafael, que já havia brilhado contra o Corinthians, fez uma defesa importante, mas nada de outro mundo. O Palmeiras teve duas chances, o São Paulo teve uma com Lucas. E só.

Quando Zubeldía finalmente mexeu no time, não mudou o esquema. Fez alterações óbvias: Lucas no lugar de André Silva, Marcos Antônio no lugar de Alan Franco, Oscar nos minutos finais, sem nem ter tempo de tocar na bola. O treinador estava satisfeito com o empate, e o time seguiu seu plano: não perder.

O São Paulo garantiu a classificação, mas perdeu a oportunidade de vencer um Palmeiras em baixa. Um empate que poderia ser vitória. Não há motivo para celebrar. Há motivo para cobrar mais ambição. Porque o São Paulo não pode se contentar com pouco. E foi isso que fez no Allianz Parque: se contentou com pouco.