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Por Rafael Andrade Jardim

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São Paulo 1×1 Cruzeiro – O desprazer virou rotina

Foto: reprodução vídeo

(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – Sabe quando você já entra no jogo sabendo o que vai acontecer? Foi exatamente assim. Antes do juiz apitar no empate com o Cruzeiro, eu já sabia o roteiro. E não é que eu sou vidente, é que o São Paulo do Zubeldía é previsível até o osso. É como assistir o mesmo episódio ruim de uma série, dia após dia, e esperar que, de repente, mude o final. Não muda. Não vai mudar.

Desde o ano passado, passando pelo vexame no Paulistão e pela estreia apática na Libertadores, o que o torcedor viu contra o Cruzeiro foi mais do mesmo: um time sem alma, sem padrão, sem vergonha na cara. E é isso que dói.

Porque a gente ainda alimenta uma esperança, por menor que seja. Mas com 15, 20 minutos de jogo, vem aquela sensação já conhecida . Eu olhei pro relógio no primeiro tempo e pensei: “já podia apitar o final. Ou melhor, poderia nem ter começado”

É o Zubeldía….Um treinador que está no São Paulo desde 20 de abril do ano passado — sim, vai completar um ano — e ainda não conseguiu implantar um mísero padrão de jogo. Um treinador que viu jogador sair, jogador chegar, … e nada muda. A engrenagem continua enferrujada, sem criatividade, sem esquema, sem articulação. É um dos piores times do São Paulo que eu já vi jogar — e olha que eu vi bastante coisa ruim nessa minha vida de amor ao SPFC.

Mas não é só o time, não. É o entorno. É olhar pro Belmonte dando entrevista com aquele ar de “vai dar tudo certo” enquanto o time está afundando. É ver o Luciano com a 10 e a braçadeira de capitão sem jogar absolutamente nada. É ver o Casares com as redes sociais mais ativas do que o meio-campo do São Paulo. É tudo muito desanimador para mim. É um asco assistir jogo do São Paulo hoje. Um verdadeiro asco.

E aí, claro, a gente toma aquele gol no final porque o time tem cara de levar gol no final. Achou um gol num lampejo do Ferreira — o único que ainda tenta, mesmo sendo limitado — e logo depois se retrai, se apequena. Time pequeno comandado por treinador de time pequeno. É isso. Time sem fome, sem coragem. Time bunda mole.

E não adianta vir falar em Copa do Brasil no ano passado. Aquilo foi um acidente. Um milagre cósmico que alinhou os planetas por 90 minutos. Porque a estrutura, a essência, segue podre. Não é que não evolui, é que não muda. Nada muda. São 15 anos de uma mesma panela podre, com os mesmos nomes se alternando entre cargos e cadeiras. Enquanto essa turma estiver lá, esquece. São Paulo grande? Esquece. Eu não vou mais ver. Talvez os moleques que hoje têm dois, três anos de idade vejam um São Paulo gigante no futuro. No meu caso, acho pouco provável. O que consola é que o que vi foi lindo.

O Zubeldía não vai durar. Aposto com você. Mais três rodadas e ele tá fora. Fiz essa ‘previsão’ em um outro artigo. Aí entra outro e a gente repete o ciclo. Vai trocar quando já estiver quase fora da Libertadores, sofrendo na Copa do Brasil, com o Brasileirão empacado em 45 pontos. A história que se repete.

Hoje foi um catado em campo. Parecia que os jogadores se conheceram na porta do vestiário. Um negócio medonho de ver. Rafael tomando gol de goleiro reserva — porque é isso que ele é. Cedric acertou um cruzamento, um só. Juan e Marcos Antônio vão custar mais de R$ 50 milhões. Cinquenta milhões. O Enzo, mediano. O André Silva parece jogador de basquete jogando futebol. O Luciano… bem, o Luciano é nosso camisa 10 e capitão. Precisa dizer mais?

A única nota fora desse horror todo foi o Lucas Ferreira. Não é craque, longe disso, mas tem personalidade. Não se esconde. Parte pra cima, erra, tenta de novo. É o mínimo, mas já é mais do que muito veterano fez em 2025. O Rian também mostrou personalidade, cavou dois cartões. Mais que o Caleri em meses. Mas já coloco um pé atrás: esses meninos vão ser vendidos por banana. Como foi o William Gomes. Eles entram no desespero, sem estrutura, sem respaldo. Aí a culpa recai toda neles.

E o Zubeldía segue. Segue porque o diretor acha que ele tem que continuar. Porque o presidente endossa. Porque o treinador topa qualquer bagunça. Porque o torcedor, que sofre, ainda insiste. Ainda acredita.

Mas eu não aguento mais ver esse time. Não aguento mais levantar num dia de jogo com a sensação de que vai ser só mais uma decepção. Não aguento mais olhar pro relógio e implorar pra acabar logo. Quando o juiz levantou a placa de sete minutos de acréscimo, me deu vontade de chorar. De verdade. Mais sete minutos perdidos vendo esse time podre.

Respeito o torcedor que foi ao Morumbi. Gasto com ingresso, transporte, comida. Pra quê? Pra ver esse festival de mediocridade? Esse festival de vergonha? Esses caras não têm alma. E o torcedor não tem mais paciência. Eu mesmo, se não fosse meu trabalho, com 10 minutos de jogo já estava tomando uma cerveja no bar aqui embaixo. Porque o São Paulo me tira a vontade de torcer. Me tira o prazer de assistir futebol.

Então é isso. Zubeldía, Belmonte, Casares, Luciano 10. A explicação está aí. Um São Paulo comandado por gente que não sabe o que está fazendo. E enquanto eles estiverem lá, podem esquecer. Não vai mudar. Desculpem o desabafo!

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