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Análise: São Paulo 3 x 3 Velo Clube

Por Rafael Andrade Jardim (editor Muno SPFC): O São Paulo entrou em campo no estádio Mané Garrincha, em Brasília, carregando a esperança de uma atuação convincente. No entanto, o que se viu foi um time preso a um roteiro repetitivo, incapaz de demonstrar qualquer tipo de evolução tática ou técnica.

Desde os primeiros minutos, ficou claro que a equipe tricolor não tinha um plano bem definido. A posse de bola estéril, os passes laterais sem objetividade e a falta de movimentação ofensiva transformaram o jogo em um marasmo. O adversário, sem precisar se esforçar muito, conseguia neutralizar as jogadas do São Paulo e ainda explorava espaços deixados pelo sistema defensivo.

O torcedor, que mais uma vez compareceu em peso, teve que assistir a um time que não parecia ter aprendido nada com partidas anteriores. A insistência em jogadas previsíveis e a ineficiência nas finalizações fizeram com que a impaciência fosse tomando conta das arquibancadas. Não era apenas uma atuação ruim; era um reflexo de um problema estrutural que já se arrasta há meses.

No setor ofensivo, a falta de criatividade era gritante. O meio-campo, incapaz de construir jogadas envolventes, limitava-se a passes burocráticos, sem nenhuma infiltração ou tentativa de acelerar a transição. Quando finalmente o ataque conseguia chegar próximo à área adversária, as decisões erradas colocavam tudo a perder. Chutes sem direção, cruzamentos sem destino e finalizações bloqueadas ilustravam o desespero de um time que parecia completamente sem ideias.

O sistema defensivo também não passava segurança. O espaço concedido nas transições do adversário permitia contra-ataques perigosos, e se não fosse pelo goleiro, o placar poderia ter sido ainda pior. A marcação espaçada e a lentidão na recomposição evidenciaram que a equipe ainda sofre com problemas crônicos, que se repetem independentemente dos jogadores escalados.

E o pior de tudo: não há perspectiva de mudança. É frustrante ver um time com tantos jogadores de qualidade ser tão previsível e vulnerável. A falta de padronização no estilo de jogo e a ausência de repertório tático fazem com que o São Paulo dependa exclusivamente de lampejos individuais para criar algo relevante.

No Mané Garrincha, o torcedor são-paulino mais uma vez deixou o estádio com uma sensação de descontentamento. As críticas não são apenas sobre um jogo ruim, mas sobre um cenário que vem se repetindo exaustivamente. O que se espera é que a comissão técnica e a diretoria entendam a gravidade da situação e tomem providências urgentes. O São Paulo é um clube gigante, e não pode se contentar com atuações tão medíocres.