(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – O que mais precisa acontecer para o São Paulo finalmente se impor? Mais um erro grotesco de arbitragem, mais um golpe na credibilidade do futebol paulista, mais uma vez um elenco esgotado para enfrentar a temporada de verdade. O roteiro é sempre o mesmo. Dessa vez, não foi apenas um erro, foi uma vergonha nacional, um lance que até na Espanha virou piada.
O VAR, criado para corrigir equívocos, se transformou em um instrumento de distorção da realidade. Como é possível que um jogador salte deliberadamente sobre o defensor e o penalizado seja justamente quem sofreu o impacto?
Esse não é um problema de interpretação, é um atentado contra a inteligência de quem assiste futebol. Se a intenção é tirar a credibilidade do esporte, estão no caminho certo. Caso você não tenha visto esse absurdo, é só clicar AQUI para ouvir no Youtube.
Eu achei que a decisão do juiz e do VAR em validar o pênalti tinha sido o ápice do absurdo. Mas então veio o áudio do VAR e as declarações infelizes do presidente da Federação Paulista de Futebol. Pois é. Como disse o Arboleda depois do jogo, acabou o respeito do o maior do Brasil.
O São Paulo, por sua vez, reagiu com um ofício aqui, uma reclamação ali, mas segue refém de um campeonato que pouco agrega e muito desgasta. È o velho problema da falta de ‘poder de bastidor’. Que saudade de um Juvenal Juvêncio nessas horas.
A ideia de disputar o Paulista de 2026 com um time alternativo, como supostamente cogitado pela diretoria, deveria ser uma decisão definitiva, não uma simples “avaliação”.
A gente não pode continuar entrando nesse torneio com força máxima, enquanto a Federação transforma a competição no que vimos segunda-feira, no Allianz.
E sendo bem sincero: o Paulista só é um torneio relevante quando convém. Quando um time grande perde, vira “caminho de preparação”. Quando ganha, se torna título a ser comemorado.
Mas qual o verdadeiro peso desse campeonato para um clube que almeja algo maior? Nenhum. Ele não leva a lugar algum.
Não há benefício que compense desgastar um elenco inteiro antes de Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão.
Mais do que isso, essa seria uma oportunidade para o clube finalmente consertar um problema que se arrasta há anos: a transição de Cotia para a Barra Funda.
Quantos talentos foram desperdiçados pela falta de espaço no elenco principal? Quantos jovens poderiam ter ganhado minutagem e hoje estariam prontos para compor o time? Usar o Paulista como um verdadeiro campo de testes para a base deveria ser um projeto de longo prazo, não uma solução de emergência.
E então, vem Lugano e escancara outra ferida. “Os jogadores foram inocentes”, ele disse. E foram mesmo.
A falta de malícia dentro de campo chega a ser assustadora. Um time cascudo, experiente, com folha salarial de cerca de R$ 25 milhões (!!!) por mês, jamais aceitaria um erro desses sem pressionar, sem fazer barulho, sem travar o jogo até que o árbitro revisse a decisão.
Mas ali estavam jogadores que simplesmente aceitaram a decisão, impotentes, sem esboçar a revolta necessária. Sendo sincero, o único que reagiu inconformado foi o Arboleda. Os demais, assistiram. O Rafael, que começou o problema, só faltou encostar a cabeça no ombro do juiz e chorar.
No fim das contas, fica a pergunta: até quando o São Paulo vai aceitar ser o coadjuvante do próprio destino? Quando é que o clube vai entender que não precisa mais se sujeitar ao Paulista? Quando vai parar de desperdiçar um campeonato que poderia servir para preparar a base e preservar os titulares para o que realmente importa?
Se não houver uma mudança de mentalidade agora, não se espantem se, em 2026, estivermos aqui novamente, discutindo um erro grotesco da arbitragem e os mesmos problemas de sempre. O São Paulo precisa agir. E precisa agir já.
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