(Por Rafael Andrade Jardim – Editor ‘Mundo SPFC’) – Bahia 2 x 1 São Paulo. Poderia muito bem falar a mesma coisa que falei da rodada passada. Ou da anterior. E da anterior também. Porque a sensação é de déjà-vu. De estar preso em um loop desgastante, onde o roteiro já é conhecido, o elenco é improvisado e o resultado é mais um soco no estômago do torcedor são-paulino.
Hoje, comentar jogo do São Paulo virou um exercício de paciência, de honestidade emocional e até de fé. A gente tenta, mas não dá para fingir que o que está acontecendo é normal. E também não dá para garantir que, quando tudo se resolver — se resolver — o time vai magicamente se transformar em um esquadrão competitivo.
O Brasileirão está jogando o São Paulo pra baixo. A zona de rebaixamento bate à porta. Se não vencer o Vasco na próxima rodada, a pausa da Copa América pode chegar com a gente no Z4. Um vexame. Mas aí você lembra que esse mesmo time se classificou invicto na Libertadores. Dá um nó na cabeça, não dá?
A resposta mais fácil é jogar tudo nas costas do Zubeldía. Mas seria justo? O São Paulo hoje tem sete, oito desfalques. E não é qualquer um, são os caras que fazem diferença. Quando você olha para o banco de reservas e reconhece só metade dos nomes, não tem como exigir mágica. Tem jogo que parece elenco de quinta série completando time.
Eu, particularmente, nem consigo mais apontar culpado. Não sei se é o departamento médico, o preparo físico, o gramado, o azar, os astros. Só sei que tem alguma coisa errada. E o resultado está aí: um time que entra em campo sobrevivendo ao primeiro tempo, segurando no tranco, contando com defesaças do Rafael e gols perdidos pelos adversários.
Aí vem o segundo tempo. A esperança de uma melhora. Mas o Bahia volta melhor de novo, pressiona, faz o primeiro. E aí o São Paulo tenta. Sem técnica, sem padrão, sem entrosamento. Com jogadores que hoje são titulares por necessidade, não por mérito. A cada jogo, uma formação diferente. Não se constrói coletivo assim.
E é aqui que eu, que nunca fui fã do Zubeldía, dou um passo pra trás. Não tem treino, não tem tempo, não tem jogador. Criticar agora, com esse cenário, seria quase covardia. É difícil montar qualquer coisa quando não dá pra repetir escalação duas vezes seguidas. Mesmo com calendário apertado, outros clubes têm elenco. A gente não tem nem isso agora.
Claro que, com Lucas e James em campo, o papo muda. Esses caras são o ponto de desequilíbrio. São os que podem tirar um coelho da cartola em um jogo truncado. Mas eles estão fora. E com esse time atual, não tem chance. Nem no Brasileirão, nem na Libertadores.
O problema é que isso já aconteceu antes. Em outros momentos, com elenco quase completo, o futebol ainda era fraco. Então, por mais que a volta dos craques anime, também paira a dúvida: será que é suficiente?
É por isso que esse texto — como o vídeo — vira quase um protocolo. Uma repetição cansada do mesmo desabafo. A gente olha pro campo, olha pro banco, vê o boletim médico e pensa: não dá pra exigir muito. Mas também não dá pra aceitar calado.
O São Paulo precisa reagir. Precisa se reerguer física, tática e emocionalmente. Mas, no momento, o que temos é um amontoado de dúvidas, improvisos e esperanças adiadas. E enquanto a gente espera, o Brasileirão não espera ninguém. E mais: Vitória com sem sabor, mas com um golaço do Luciano. Clique AQUI para ver.
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